19 fevereiro 2022

Os inimigos desencarnados

5. Ainda outros motivos tem o espírita (umbandista) para ser indulgente ( aquele que tem disposição para desculpar ou perdoar; clemente, tolerante.) com os seus inimigos. Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom.


Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra ; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação (depois da morte), capaz de passar de uma existência a outra ( reencarnação). Cabia ao Espiritismo (Umbanda) demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue (morte) é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo.( na Umbanda vemos muitas famílias envolvidas pelos erros do passado )

6. Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados . Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso, as deve receber com resignação e como consequência da natureza inferior do globo terrestre . Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao seu derredor.  ( percebemos na Umbanda a sua presença pela irradiação em  nós médiuns a suas intenções dirigidas ao mal, ao erro dos evangelhos ). Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham desencarnados.


Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos ( egrégoras de pessoas que nos seus rituais desconhecem o poder vindo dos evangelhos). Aos deuses infernais sucederam os demônios ( alegorias  criadas depois de Cristo), que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos (egrégoras), que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles (reeducação da moral e ética que o globo terrestre alcançou através do amor de Cristo). É assim que o mandamento: Amai os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da fraternidade universais. 


( Fonte : O Evangelho segundo o Espiritismo, CAPÍTULO XII

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS)


• Para a Umbanda, religião que ensina; o amor a Deus ( e toda sua criação) e ao próximo como assim próprio, esta passagem do Evangelho, prova o trabalho consciente e inconsciente que temos pela frente, como trabalhadores da seara (casa de oração) da qual o amor de Cristo; é a pedra fundamental, seus  ensinamentos estão em todos os rituais oferecidos pela casa de oração, que para economizar o tempo, o fazemos com  a presença dos trabalhadores que amorosamente chegam primeiro para receber as diretrizes do evangelho do dia ( leituras para orientar os  trabalhos de assistência da Umbanda). Com  isto damos início aos trabalhos que se realizam além de nossos sentidos, por meio  do próprio entendimento do evangelho esclarecemos aos médiuns que vão  chegando para iniciarem a sua conexão com a espiritualidade, através do silêncio, preces e outros rituais que o médium prática dentro da casa de oração, desde que; observado o amor aos inimigos, ao horário oferecido pela espiritualidade, as normas que os Espíritos  oferecem para praticarmos nossa caridade e solidariedade , não somente com o além túmulo, também com toda a corrente mediúnica presente. Lembre-se você é a Umbanda, dentro e fora dos rituais, e os evangelhos são  a única fonte de chegarmos a " perfeição ". 


 Saravá Umbanda!

06 fevereiro 2022

Equilíbrio

"Observai os pássaros do céu" 


A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar (equilibrar), segundo as leis de justiça , de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá (oportunidades). Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos.

Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: “ Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos. ” Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (Cap. XVI, nº 7 e seguintes.)

 A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no coração, "o egoísmo aí sempre imperará". Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele. 


 


(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 8.)


- Na fundação da Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, através de seu médium Zélio de Moraes, ao fundar e anunciar a Umbanda no Brasil, nos dias 15 e 16 de Novembro de 1908, deixou claro que a Umbanda deveria estar “ baseada no Evangelho de Jesus ”.

Como a Umbanda,  abraçou os marginalizados da época, é natural que muitos não tivessem acesso às leituras, interpretações e ações dos evangelhos. 

É comum o ser humano, ter um grande apego aos rituais, porém a proposta do evangelho acima, é  amenizar os embates entre o lado espiritual e material da vida. 


-O coração, é literalmente o acesso (chave) para ambas realidades,   nós médiuns quando em função dos rituais específicos da Umbanda, identificamos as vibrações (batimentos) e fazemos uso desta e de outras leituras do evangelho para guiar os passos do consulente, esclarecemos dúvidas, questionamos comportamentos e adequamos situações e lugares (espaços físicos específicos) para a vida fluir, nisto a passagem; " Observai os pássaros do céu ", traz junto a energia de Xangô ( justiça ) belas oportunidades de abraçar o sagrado da vida, através das inúmeras situações do dia a dia, lembre-se que  como umbandistas não estamos chamandos somente a trabalhar com conceitos materialistas, nossa fé, vá muito além . 

É por isto que em trechos da Bíblia, lemos a formação das primeiras comunidades cristãs, e sempre estavam guiadas por uma força maior, denominada " Espírito santo " , o qual amenizava, adoçava os embates comportamentais de cada pessoa. Os transformava em operários vivos da fé, nisto consiste o batismo, inclusive dentro da Umbanda, onde o intuito maior é socorrer os necessitados de ambos planos da vida, para isto necessário se faz o endereçamento da própria vida para questões espirituais.


 -O  Chakra Cardíaco pode acabar desequilibrado como resultado de experiências que tem uma forte carga emocional. Como maus-tratos ou mudanças significativos, criando certos bloqueios no fluxo de energia ou pelo contrário, ele pode se tornar hiperativo ou ter excesso de energia.

Quando o Chakra Cardíaco está aberto,  somos amorosos e pacientes, temos felicidade e paz  e sentimos uma conexão com todos os seres vivos do Universo ( correntes da Umbanda na sua essência pura).

Quando bloqueado ou desalinhado, a pessoa tem dificuldades nos relacionamentos inclusive de amizade, sente raiva, nervosismo e tem muita impaciência com tudo e com todos.

O intuito deste estudo é, trabalharmos este  chakra, para de fato coordenar as ideias e  ações, gerando um  hábito para o cotidiano  chamado axé, que significa poder, energia ou força presentes em cada ser ou em cada coisa. Nas religiões afro-brasileiras, o termo representa a energia sagrada dos orixás que estão sempre ajudando e socorrendo os médiuns na sua evolução espiritual. É  assim que é necessário olharmos, meditarmos em  toda a criação para entendermos o falado por Jesus: "Observai os pássaros do céu". 


 Saravá povo fé, Umbanda!