É difícil tentar explicar para ateus e materialistas o porque de acreditarmos em reencarnação. Esse tipo de noção se perde nas pessoas que acreditam ser nossa passagem pela Terra única e definitiva. Que após a morte, nada se salva. É apenas decomposição da matéria. Eu respeito essa ideologia, mas acho muito triste. Pensar que todo o sofrimento que passamos neste mundo não tem um propósito, além de triste é desmotivante. Pensar que a gente passa por tanta coisa, tantas provações, e que não importa o que a gente faça de diferente, o destino de todos será o mesmo: “o nada”. Tudo se acaba em nada. Assim, o desonesto, o assassino, o ladrão e todas as outras pessoas que levam uma vida mais fácil por prejudicar outros ficam com vantagem no final das contas. Se no fim não existe nem céu nem inferno, bora tirar o máximo proveito da Terra, porque será a “única” vida que teremos! Ou seja, a pessoa de bem é a mais prejudicada nessa teoria. Por mais racional que seja essa teoria do “agora ou nunca”, não me parece muito lógico. Quero crer que no final o crime não compensa, que vale à pena ser bom. O que me leva à segunda teoria.
Muitos acreditam que finda esta vida, nossa alma (ou algo do gênero) vai para o Céu ou para o Inferno, dependendo das nossas atitudes em vida. Se formos bons, vamos para o Céu, e se formos maus, vamos para o Inferno, onde ficaremos por toda a eternidade. Será que esse inferno tem “andares”? Porque não me parece justo que um assassino esteja no mesmo patamar de um ladrão de galinhas, um terrorista que mata aos montes, de um presidente que prejudica um país inteiro, de um estuprador de crianças, de um pai de família que passando fome, rouba um tomate na feira… Será que todos esses merecem o mesmo inferno? E será que a pessoa que vai e volta todos os dias pro trabalho sem dar bom dia a ninguém, digita uns números no computador e volta pra casa só pra ganhar seu salário merece o mesmo céu que Madre Tereza de Calcutá? E o que me dizem sobre as pessoas que nascem com problemas cerebrais e não sabem distinguir o certo do errado? Para onde vão quando morrem? E as crianças que morrem ainda quando bebês? Ah, essa é fácil, né?! Todas as crianças são puras e vão para o céu. Mesmo? Até as não batizadas? E as crianças que desde pequenas aprendem a roubar, matar e fazer mal aos outros? Também vão para o céu? Pensemos agora no policial que mata o bandido. O que ele merece - Céu ou Inferno? E a pessoa que atropela com o carro e mata alguém que atravessou a rua sem olhar. Céu ou inferno? E a criança que dispara a arma do pai sem querer e mata o coleguinha? E o pai que pra não ver os filhos morrerem um a um de fome, rouba algo para alimentá-los? E a pessoa que era má, se torna boa e ajuda muito mais pessoas do que havia prejudicado? Para onde vai a alma de cada uma dessas pessoas quando morrem? Será que existe alguém que seja completamente bom ou completamente mau o tempo inteiro? Eu acho que a idéia de apenas um Céu e um Inferno para o bom ou mau respectivamente e por toda a eternidade, me parece um pouco falha. Não seria muito justo. Mas cada um está livre para acreditar no que quiser.
Eu acredito em um Deus bom, justo, sábio… Perfeito. E um Deus assim não iria permitir que uma pessoa tivesse um vida de luxo enquanto outra tem uma vida miserável aleatoriamente, ou por capricho. Não seria certo que um sofra e outro viva como um rei, quando, na verdade, somos todos teoricamente iguais. Justo seria que ao longo de muitas e muitas encarnações, cada um tivesse a oportunidade de uma vida de luxo, de uma vida miserável, e várias tantas outras oportunidades de se melhorar moralmente, se tornando progressivamente uma pessoa cada vez melhor. Todos merecem as mesmas oportunidades, e estão livres para escolher seus caminhos. Isso me parece certo. Por isso acredito em alma e em reencarnação. E convido vocês a fazerem a mesma análise. A conclusão é, claro, livre para cada um.
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