13 agosto 2013

Oração de Reconhecimento

Oração que adoro do padre católico francês Michel Quoist:

Oração do Reconhecimento
Michel Quoist

É maravilhoso, Senhor,
ter braços perfeitos
quando há tantos mutilados.
Meus olhos perfeitos
quando há tantos sem luz.
Minha voz que canta
quando tantas emudeceram.
Minhas mãos que trabalham
quando tantas mendigam.
É maravilhoso, Senhor,
poder voltar para casa
quando há tantos que não têm para onde ir.
Poder amar, viver, sorrir, sonhar,
quando há tantos que choram, odeiam, 
revolvem-se em pesadelos,
morrem antes de nascer!
É maravilhoso ter um Deus para crer
quando há tantos que não têm 
 o consolo de uma crença.
É maravilhoso, Senhor, sobretudo,
ter tão pouco a pedir, e tanto a agradecer.

09 agosto 2013

Um Pouco Sobre Umbanda

Para melhor entendermos a Umbanda Esotérica se faz necessário tratarmos primeiramente sobre seu mito do povoamento do planeta.


Nos primórdios da Era Terciária do Cenozóico, em pleno Planalto Central Brasileiro, em meio a primatas e antropóides, surge a primeira humanidade, a Raça Vermelha,... também conhecida por Tronco Tupy. Essa primeira raça, considerada um verdadeiro laboratório genético, foi chamada de Raça Pré Adâmica. (TRINDADE, 1994, Pág. 45)
     Na raça vermelha a Iniciação nos Mistérios ou Conhecimentos compreendia dois níveis, subdivididos em 7 graus. Do 1º ao 5º grau tínhamos os Mistérios ou Conhecimentos Menores e do 6º ao 7º tínhamos os Mistérios ou Conhecimentos Maiores. Os Iniciados nos Conhecimentos Maiores eram chamados de Tubaguaçus, condutores da Raça Vermelha.
     Cabe ressaltar “que o próprio planeta, na época, era uno em seus aspectos geofísicos”. (RIVAS NETO, 1999, Pág. 44). Ainda não havia ocorrido a cisão entre os continentes que então formavam um bloco único.


A forma humana mais aperfeiçoada ocorre na raça subsequente, a Raça Adâmica. Nessa raça, juntamente com os “Filhos da terra”, começam a encarnar os "Estrangeiros", provenientes de planetas da própria galáxia. (TRINDADE, 1994, Pág. 45)
     Os Espíritos Estrangeiros eram mais evoluídos e por isso ensinaram muitas coisas às tribos primitivas onde encarnaram, como a Língua Boa, polissilábica e eufônica, que obedecia a um metro sonoro divino, base de todas as línguas que seriam faladas na terra. Esta língua era chamada de Abanheenga.
Embora surgissem em território onde hoje fica o Brasil, essas raças migraram, para as demais regiões do globo.
     Após a raça Adâmica surge a Terceira Raça raiz, a Raça Lemuriana , também considerada de grande evolução moral. Cultuavam um Deus Único denominado TUPAN, e eram conhecedores do Mistério Solar, do Messias - O Cristo Cósmico. Nessa raça também ocorre à conscientização e aplicação das leis divinas chamadas naquele tempo de AUMBANDAN - O Conjunto das Leis Divinas.
     “ A Raça Lemuriana dá lugar a Raça Atlante”. (TRINDADE, 1994, Pág. 46) Com isto queremos dizer que esta teria tido um fim por motivos geológicos, passando a Raça Atlante, homens de pele vermelha, a ser a raça predominante em número e em avanço no planeta. Porém alguns remanescentes lemurianos sobreviveram ao fim de seu continente, migrando para a África, Oceania e sul da Índia.
     Segundo os Umbandistas Esotéricos, no final da raça Atlante, a dinâmica reencarnatória dos Iniciados nos Mistérios Menores e do Tubaguaçus diminui vertiginosamente. Isso, somado ao fato de que começa haver a reencarnação de seres de baixa estirpe, que cultivavam desejos mesquinhos, tais como a vaidade, o egoísmo, a inveja e, principalmente, a prática de Magia Negra , fez com que o padrão moral-vibratório decaísse, chegando a quase zero. Houve grandes guerras, levando ódio e sangue a lugares antes considerados sagrados. Devido a estes fatos apontados pelo mito, a Terra reage, tentando expulsar seus "marginais". Ocorrem grandes catástrofes, continentes inteiros afundam no mar enquanto outros surgem, ocorrem as cisões geológicas separando continentes, tal qual ocorre com os ideais dos homens, antes unidos e "agora" distanciados uns dos outros.
     Ainda segundo o mito, antes de deixarem de reencarnar, o Tubaguaçus, prevendo a inversão dos valores morais e espirituais sentiram necessidade de ocultarem a Tradição do Saber, o Aumbandan, guardando-os em seus Grandes Templos Iniciáticos. Cunharam 78 placas de nefrita em alfabeto Abanheenga, as quais foram enterradas em território onde hoje fica o Brasil. Posteriormente os egípcios grafariam 78 placas de ouro contendo, de forma velada, a Tradição do Saber, embora esta Tradição já não tivesse mais a sua pureza primitiva. Esses conhecimentos velados receberam, então, o nome de Tarot e Kabalah, sendo desdobrada em duas formas (57 Arcanos Menores e 21 Arcanos Maiores) que, posteriormente Moisés transformaria em 56 Arcanos Menores e 22 Arcanos Maiores, supostamente porque seu alfabeto, o Hebraico, tinha 22 letras.
     Voltando aos tempos da Atlântida; em meio à decadência em que esta se encontrava, houve a cisão do Tronco Tupy. Os remanescentes deste Tronco foram os Tupynambás e os Tupys-Guaranís. Os Tupys-Guaranís adulteraram a Tradição, deturpando-a e tornando-a cada vez mais distante de sua pureza original, enquanto que os Tupynambás a conservaram, dando lhe o nome de Tuyabaé-Cuaá. Os Tupynambás vieram a se instalar nas regiões sudeste e sul do Brasil, enquanto que os Tupys-Guaranís se instalaram nas demais regiões da América e posteriormente migraram para outras regiões. Essas migrações se explicam no discurso mítico, principalmente, pelo processo reencarnatório.
     Os Tupys-Guaranís, apesar de terem deturpado completamente a Tradição Oculta, ainda apresentavam grande superioridade, levando evolução aos locais em que reencarnavam. Em suas migrações, atingiram o oriente, chegando à China, Tibete, Índia, influenciando o desenvolvimento dessas civilizações e também sendo influenciados por elas.
     Essa miscigenação fez com que os Tupys-Guaranís pervertessem ainda mais a Tradição do Saber, o que levou os Tupynambás a reencarnarem no seio da África, entre os egípcios, que também eram remanescentes dos Atlantes, e lá se tornarem sacerdotes de Osíris e Ísis, influenciando toda a África, principalmente o povo Banto, que depois retornaria ao Brasil pelo processo escravagista. Foi através dos Tupynambás que foram grafadas as 78 placas de ouro no Egito, conforme já relatado.


As reencarnações dos Tupynambás no Egito e também na Índia permitiram a fusão com os Tupys-Guaranís, que chegam a esses locais já recuperados e reintegrados a Lei”. (TRINDADE, 1994, Pág. 48)
     Os povos africanos, assim como os índios brasileiros, são herdeiros da Tradição do Saber, o Aumbandan, mas, quando se dá o descobrimento do Brasil, as crenças destes povos já se achavam, novamente, deturpadas, permanecendo pouco do Conhecimento Oculto original.
     Segundo a interpretação da Umbanda Esotérica, os portugueses, seguindo desígnios divinos, aqui aportaram para, sem o saber, unir novamente todas as raças, pois foi aqui que surgiu, pela primeira vez na terra, o Aumbandan. Utilizando-se dos poucos conceitos da Tradição que ainda havia entre os negros, brancos e índios e que ainda não haviam sido completamente deturpados, os Espíritos responsáveis pela restauração do Aumbandan foram, através de médiuns, alicerçando as bases do Movimento Umbandista, que numa primeira fase, visa abarcar o maior número de pessoas, no menor espaço de tempo possível, não selecionando valores.
     Eis então que a Umbanda surge, não sendo o próprio Aumbandan, mas sim um movimento de restauração deste, e que busca evoluir até atingir esta meta. Daí se explicaria o inicial sincretismo religioso, o posterior surgimento do culto de Umbanda Popular e em seguida o surgimento da Umbanda Esotérica que busca se aproximar, mais diretamente, da religião primitiva, da Tradição do Saber.





A UMBANDA POPULAR


     Segundo algumas interpretações, alguns espíritos que costumavam manifestar-se em cultos afros começaram então a aparecer em sessões kardecistas, ocorrendo também o inverso. Para ilustrar como se dá este fato, vejamos a história de um dos mais conhecidos terreiros de Umbanda do Rio de Janeiro, o Centro Espírita Nossa Senhora da Piedade.
     Fundado em meados da década de 1920 em Niterói, posteriormente se transferindo para o Rio de Janeiro onde se localiza até hoje, teve como principal fundador Zélio de Moraes, que juntamente com um grupo de Kardecistas insatisfeitos


[...] empreenderam visitas a diversos centros de “macumba” localizados nas favelas aos arredores do Rio e de Niterói. Eles passaram a preferir os espíritos e divindades africanas e indígenas presentes na “macumba”, considerando-os mais competentes do que os altamente evoluídos espíritos kardecistas na cura e no tratamento de uma gama muito ampla de doenças e outros problemas. Eles achavam os rituais de “macumba” muito mais estimulantes e dramáticos do que os do kardecismo, que comparados aos primeiros lhes pareciam estáticos e insípidos.(BROWN, 1985, Pág. 11)

     Por outro lado consideravam bárbaros na macumba os sacrifícios de animais, as bebedeiras, a presença de espíritos diabólicos e a exploração econômica dos clientes.
Centros de Umbanda, como o Nossa Senhora da Piedade, preservaram a concepção kardecista do carma (lei de ação e reação) e da evolução espiritual. No entanto, deram ênfase a espíritos africanos e indígenas, representados principalmente pelos ditos preto-velhos e caboclos, considerados pelos kardecistas da época como atrasados. Em relação às bebidas alcóolicas, fumo e pólvora, quando se fazia necessário o seu uso, explicava-os cientificamente segundo o discurso racional dos kardecistas.
     No caso da bebida alcóolica, seu uso era justificado argumentando-se que esta tinha uma ação e vibração anestésica e fluídica devido a sua evaporação, o que propiciava as descargas (limpeza) das pessoas ou objetos impregnados de fluidos pesados ou negativos. No caso da fumaça do fumo ou dos incensos, explica-se que, sendo esta um gás, poderia destruir um fluido mau ou nocivo presente num ambiente, substituindo-o por outro fluido, bom e favorável. A explosão da pólvora, por sua vez, ao propiciar a deslocação de ar, atingia os espíritos perturbadores, que então se afastavam.(ORTIZ, 1978, Pág. 155)

     É importante ressaltar que estas explicações não se estendem a todos os Terreiros, visto não haver uniformidade de culto na Umbanda, uma vez que, de acordo com as origens e número de africanos, de indígenas e de brancos em cada região do país, encontraremos uma ampla variação de cultos mistos como: Batuque, Xangô, Tambor de Mina, Cabula, Candomblé, Candomblé de Angola, Candomblé de Caboclo, Macumba, Catimbo, Pajelança, Mesa de Cura, etc. Após as giras de Umbanda ficarem famosas e visivelmente melhor aceitas pela população em geral do que os demais cultos afro-brasileiros, muitos praticantes destes cultos passaram a usar a denominação de Umbandistas e seus locais de culto passaram a ser chamados de Terreiros de Umbanda. Porém, este processo de adesão ao título de Umbandista nem sempre foi acompanhado pela adesão às práticas, mesmo porque não existe uma definição comum de onde estas começam e onde terminam. É provável que a Umbanda não se tenha formado a partir de um único terreiro irradiador, o que fez com que cada novo “terreiro” criasse um culto a sua maneira, embora, em suas bases, fossem semelhantes.
     Entre a diversidade de formas de cultos que, então, vinham surgindo na Umbanda, encontramos um novo segmento, praticado por pouquíssimos terreiros, que trata a Umbanda como magia universal e apresenta a sua origem como uma religião mais antiga que os próprios cultos africanos, nascida nos lendários continentes perdidos da Atlântica e da Lemúria.





Definindo Umbanda 

A Umbanda é a Lei  Mater que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo Astral ao Mundo da Forma. É a religião original, o próprio Elo Vivente revelado pelo Verbo Criador que os sacerdotes e iniciados das antigas escolas, em parte ocultaram e em parte ensinaram, perdendo-se depois no emaranhado das ambições e perseguições,confundindo-se, em ramificações, as poucas verdades que se conservam ainda, através de vários setores, ditos espiritualistas,filosóficos e religiosos.


Sempre que ouvimos falar sobre a Umbanda, verificamos que se trata de mostrar uma evolução material de uma religião. É comum lermos textos que falam da evolução cultural, do sincretismo entre negros, índios e a igreja católica.
A abordagem sempre é feita considerando o processo histórico do Brasil, do descobrimento até os dias atuais, ou seja, a cultura africana e indiginista que veio passando de pai para filho através de práticas familiares.
Raramente encontramos alguma análise ou comentário sobre a Umbanda, vista pelo ponto de vista Espírita.Explicando melhor, existiu um processo de evolução cultural,desde os tempos do descobrimento do Brasil até os dias atuais dos cultos africanos e dos índios, que veio através dos tempos passando de família em família tentando manter os hábitos e costumes dos primeiros escravos, como exemplo podemos citar o Candomblé.
Mas a Umbanda como a conhecemos atualmente, não se encaixa dentro deste processo contínuo de evolução material e cultural, senão vejamos: A palavra Umbanda nunca foi utilizada em nenhum outro ritual, seita ou culto anterior ao seu aparecimento, no começo deste século.
Seu aparecimento se passa dentro de um Centro Espírita (Kardecista), com a manifestação de um espírito
denominado Caboclo das Sete Encruzilhadas.Verifica-se nas palavras deste espírito todo um planejamento anterior e toda uma estrutura espiritual.
A Umbanda é cristã. Prega a caridade, a humildade, a simplicidade, o amor ao próximo e acima de tudo somente faz trabalhos voltados ao bem. Um terreiro que realize um trabalho sequer, para prejudicar alguma pessoa, nunca poderá ser chamado de Terreiro de Umbanda.

Na Umbanda, não se incorporam Orixás, mas sim caboclos, pretos-velhos, que são entidades desencarnadas da terra, com elevado grau de evolução espiritual.
A Umbanda é reencarcionista e a maioria dos espíritos que nela se manifestam, falam em trabalhar para evoluírem. É comum o uso de termos e expressões oriundas do espiritismo: fluídos, passes, espíritos, incorporações, etc.,pois a maioria de seus praticantes já estudou, ou estuda, as obras Kardecistas, porém, no espiritismo estamos no Geral e na Umbanda no específico.

Fundamentos da Umbanda

A Umbanda, religião ligada aos Orixás e a natureza, tem como fundamentos a utilização de elementos da natureza, que são “regidos” pelos Orixás.
 Os elementos são : AR, TERRA , FOGO,ÁGUA. Estes elementos podem estar reunidos ou não em diversos rituais umbandistas, no intuito de manipulação de energias.
 Em todo Universo, temos o Prana ou Éter Vital, que é energia essencial para a manutenção da vida em vários níveis energéticos. O Prana é absorvido pelos elementos da natureza e por nós direta ou indiretamente.
 A respiração, o “banho” de sol, a alimentação adequada, são alguns dos meios desta absorção energética.
 Nos rituais da Umbanda, podemos manipular, então os elementos da natureza e o Prana, através de vários rituais.

Alguns exemplos :
 A vela votiva – Temos os elementos Fogo, Ar,Água e Terra. O Fogo consome o Ar e a resina da vela (Terra) e transforma a Água, contida na resina da vela, em vapor. Isto apenas falando materialmente deste ritual, sem contar o aspecto religioso e mágico..
A defumação – Temos o Fogo, Ar, a Terra e a Água envolvidos. A Água e a Terra, estão contidos nas ervas defumadas .
Como podemos constatar, estes elementos estão sempre presentes nos rituais, sendo essenciais para o bom êxito de cada ação ritualística. A magia, contida em muitos rituais umbandistas, tem a necessidade de elementos materiais de ligação entre a matéria e o plano espiritual.
 Devido às nossas necessidades materiais, precisamos nos equilibrar espiritualmente, usando elementos materiais.
 O plano espiritual, então, fazem-nos utilizar de rituais utilizando a matéria, ou seja,aquilo que temos em mão Os ciclos da natureza e os astros influenciam a vida de todos os seres vivos, aqui na Terra, pois regulam toda a vida, trazendo o equilíbrio. Devemos entender o máximo possível sobre estas influências, pois é de grande importância, obter o melhor resultado na extração e manipulação energética.


27 maio 2013

Capítulo 1

Não sei muito bem como vou escrever este próximo post, então resolvi deixar as informações irem fluindo.
Fizemos hoje mais uma vez nosso culto no lar, resolvendo desta vez começar do início, como li ser o mais correto.
E no primeiro capítulo fazem um apanhado de noções gerais, e o porquê desse Evangelho meio "diferente". Bom, não que o Espiritismo esteja evoluindo, mas nosso entendimento dele sempre esteve. E agora puderam ser reveladas novas informações para a humanidade que antes nos foram passada de forma mais "superficial". E segundo o livro, isso inclui algumas passagens da bíblia que haviam sido suprimidas ao longo dos séculos, e também alguns ensinamentos de Jesus. Estes nos serão esclarecidos também agora sob nova luz. Nesse momento a ciência tem conseguido explicar coisas antes inexplicadas, que corroboram com alguns ensinamentos espíritas, como reencarnação, lembrança de vidas passadas, viagens astrais, sonhos, extraterrestres... O que não vale à pena falarmos agora, até mesmo porque eu ainda não possuo esse conhecimento pra passar. Também estou aprendendo, como vocês.
E algo que achei bem legal nesse primeiro capítulo é a explicação que nos dão de que a Doutrina não veio contradizer o Cristianismo. Veio completá-lo. Apenas a adição ou complementação de algumas idéias que já estavam presentes, e só precisavam de retoques. Isso pra mim é ótimo. Torna tudo mais fácil, tendo tido eu uma educação bem católica.
E pra terminar, um comentário pessoal: os Espíritas e seus livros, dão um valor MUITO grande aos ensinamentos do Cristo. Realmente, é difícil explicar o amor que Lhe devotam. Mas dá pra sentir. E é muito gostoso, e muito bonito. Eu não dava o menor valor a Jesus mais depois de minhas "andanças" pelas religiões até me encontrar. E agora que me encontrei, o meu coração também tem se enchido gradualmente e constantemente de amor por essa espiritualidade tão maravilhosa e magnânima que é o Cristo. Eu só achei que seria válido compartilhar uma coisa que me parece bem comum à grande parte das religiões.
O Espiritismo se propõe a explicar tudo o que for possível, da maneira mais fácil possível. Eles realmente se propõem a facilitar o acesso a informações. E eu, como pessoal bem racional, acho muito bom e confortante. E quanto mais leio, mais se aguça minha curiosidade. Parece não haver tempo suficiente no dia, ou mesmo em uma encarnação só. (risos).
Tenham uma boa semana!

26 maio 2013

A Felicidade É Possível, Já!

920. Pode o homem gozar completa felicidade na Terra?
Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.
921. Concebe-se que o homem será feliz na Terra, quando a Humanidade estiver transformada. Mas, enquanto isso se não verifica, poderá conseguir uma felicidade relativa?
O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira.
(Livro dos Espíritos, Parte Quarta, Cap. I)
Há quem pense que a felicidade só lhe será permitida ao final de sua evolução espiritual. E há quem suponha que sua infelicidade na Terra faz parte das provas por que tenha que passar. Ora, por que haveria Deus de querer que fôssemos infelizes, se é bondade pura e quer sempre o melhor para nós?
Não entendendo ainda o conceito da felicidade suprema, podemos ser tão felizes quanto imaginemos possível, ainda nesta encarnação. Nos tornamos infelizes devido a nossas próprias escolhas. O que te faz infeliz?
Sua infelicidade é fruto de uma desavença na família? Brigou com seu companheiro ou não se entende com sua mãe? Por que não reconciliar? Peça perdão, converse, conserte as coisas. Que importa que a culpa não tenha sido sua? Se o afastamento está te deixando infeliz, por que não tomar o primeiro passo em direção à sua própria felicidade? "Ah, meu pai é muito difícil, briga por qualquer coisa". Seu papel é não provocar e não dar continuidade à briga. Apenas se cale, aceite. O que ganha você por estar sempre certo? O orgulho é um mal que devemos combater a todo custo.
Sente-se infeliz no trabalho, não é algo que você goste de fazer? Então, o que gostaria você de fazer? "Eu gostaria de ser cantor, mas isso não dá dinheiro". Bom, que tal cantar aos finais de semana? "Quero ser padeiro, mas minha família precisa que eu tome conta dos negócios". Já conversou com sua família? Porque o "negócio da família" não estará em boas mãos se você não gosta do que faz. Ofereça a um irmão ou primo, ou contrate um administrador com o dinheiro que você conseguir na sua padaria. "Não há honra em ser padeiro, devo ser advogado". Que besteira! Há muita honra em qualquer tipo de trabalho honesto! O ego é que não nos permite ver!
De quanto dinheiro você precisa para ser feliz? Ninguém precisa de uma mansão com 3 mordomos. Isso é supérfluo, satisfazendo apenas ao nosso orgulho. E se você se mata de trabalhar em algo que não ama pra conseguir pagar um carro de luxo, será que você não seria mais feliz trabalhando em algo que goste pra comprar um carro básico?
Estou infeliz porque estou na cadeia, e não posso sair. Ora, não deveria ter roubado, ou matado, ou o que seja. É um castigo ainda em vida, por uma escolha errada que tenha feito. Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a você. Obedeça essa regra, e se dará muito bem com qualquer um.
São apenas exemplos hipotéticos para força-los a analisar o que os impede de ser feliz nesta vida. Não encorajo atitudes drásticas e impensadas. Mas gostaria que tentassem fazer o possível pra tirar o melhor proveito desta vida, e que ela não seja um martírio maior do que tem que ser.

25 maio 2013

Conceitos Básicos

Acho que devemos falar um pouco de conceitos básicos.
O Espiritismo prega a reencarnação da alma para fins evolutivos.
Portanto, o que é alma?
O conceito de alma acabou sendo um pouco deturpado pela nossa "pobreza" de vocabulário, que nos obriga a nos referirmos a coisas similares como sendo a mesma. Tentarei responder da melhor forma que posso. Para fins educativos, vamos conceber que cada um de nós tem 3 corpos: o corpo físico, o periespírito e a alma. O corpo físico, feito de matéria, é o que sangra, o que cansa, o que precisa se alimentar e até mesmo tem outras necessidades fisiológicas. O periespírito "anima" o corpo material, e permite a ligação dele à alma. Podemos considerar que o periespírito seria como a "força vital", ou até mesmo "vida", "eletricidade", "corpo astral", ou qualquer outro termo que torne mais fácil a compreensão para vocês. Ele permite a interação da alma com a matéria. E a alma ou espírito é o princípio inteligente do universo. Habita vários corpos sucessivamente (através da reencarnação) a fim de evoluir moralmente. É o Espírito que nos interessa, e é a ele que devemos nos atentar.
O Espírito encarna em diferentes corpos físicos, que são mais ou menos "brutos" de acordo com seu grau evolutivo. Espíritos menos perfeitos, usam corpos mais "pesados" e "rústicos". Os mais evoluídos possuem corpos mais leves, mais etéreos, menos "materiais". Para nós é um pouco difícil imaginar corpos tão diferentes dos nossos. Mas se algum de vocês gosta de histórias fantásticas, eu poderia comparar dizendo pro exemplo que o corpo dos ogros seria mais grosseiro que o nosso, e o dos elfos, mais evoluído. É apenas uma comparação simplista.
E por que não vemos ou não conhecemos esses corpos diferentes dos nossos? É porque não fazem parte deste mundo. Da Terra. Existem outros mundos por aí, no universo, também habitados. Não nos é permitido vê-los devido ao nosso grau evolutivo. Os mais evoluídos podem ver aos menos evoluídos. E dentre os mundos, existem 5 categorias empíricas de grau evolutivo:

  1. Mundo primitivo
  2. Mundo de provas e expiações
  3. Mundo de regeneração
  4. Mundo feliz
  5. Mundo celeste ou divino
A Terra faz parte ainda da segunda categoria "provas e expiações". Mas estamos evoluindo e, segundo nos contam, ainda neste século, teremos evoluído para a categoria de "Mundo de Regeneração". E por pertencer a este grupo de "provas e expiações" é que passamos por tantos sofrimentos na Terra.
Ao se tornar mais evoluído que o mundo ao qual habitava, o espírito é encaminhado para um mundo mais evoluído na encarnação seguinte. Da mesma forma que o espírito evolui, também os mundos evoluem. Cada um em diferentes velocidades. E cada dia surgem novos mundos e novos espíritos para habitar os mundos ainda primitivos. Foi o que se passou conosco no início da idade das cavernas.
Nos mundos mais adiantados, predomina o Bem. Em mundos atrasados como o nosso, ainda há muita ignorância. Tentamos não tachar espíritos de bons ou maus. Preferimos evoluídos e imperfeitos. Nossa crença antiga os chamava de anjos e demônios. Por que seriam os espíritos imperfeitos os "demônios" de outrora? Porque têm a tendência para o mal, por ignorarem ainda o quanto é bom praticar o Bem. E por afinidade, preferem a companhia de outros espíritos nas mesmas condições, e incitam espíritos encarnados (nós) a praticarmos também o mal. Mas não se preocupem, somos incitados também pelos bons Espíritos superiores à prática do Bem. E aí reside nosso Livre-Arbítrio. Cabe a nós escolher qual conselho seguir, qual caminho tomar. E é pelo conhecimento e pela prática do Bem, que evoluiremos até nos tornarmos Espíritos perfeitos, como os "anjos" que tanto prezamos. E assim poderemos ajudar também os que estão menos avançados que nós evolutivamente.
Voltando agora ao nosso tema inicial: reencarnação. Essa vem explicar porque tão diferentes são as classes sociais, porque uns são belos e outros feios, famosos e ignorados, ricos e pobres, homens e mulheres, gênios e deficientes. Antes de encarnar em um novo corpo, o Espírito faz um plano da vida que quer ter na Terra. Escolhe todas essas características de acordo com as provas que quer enfrentar para evoluir. Digamos por exemplo que um Espírito queira aprender a se desapegar da matéria, então ele escolhe vir uma pessoa rica para poder fazer doações e ajudar as pessoas com o dinheiro que tem. Se assim o faz, ótimo. terá evoluído. Se ao contrário, usar seu dinheiro apenas em benefício próprio, deverá em outra encarnação resolver ainda o mesmo problema. Agora outro exemplo, digamos que um espírito quer aprender a resistir às drogas e à tentação da carne. Oras, ele escolhe então vir em meio a uma comunidade de drogados para ser forçado a tentar resistir contra a influência deles. Digamos que em uma vida anterior o Espírito tenha sido perverso, voltará por exemplo como um escravo pra sofrer o que provocou aos outros. E se sofrer com resignação e humildade, terá saldado sua dívida. O mesmo acontece por exemplo com terroristas, digamos que voltem como crianças defeituosas para sofrer o que fizeram a outras pessoas. E assim por diante. São apensas exemplos simples, hipotéticos, para facilitar a compreensão.
Cada um escolheu a prova que queria enfrentar, e se bem sucedido, terá evoluído espiritualmente. Mas a regra geral é a de caridade, de amor. Independente do mundo em que vive, do seu grau evolutivo, ou de qualquer outro fator: a caridade é o que eleva nosso Espírito.
Espero ter esclarecido um pouco para vocês sobre o básico do Espiritismo.

24 maio 2013

Amem-se!

Há poucos dias, em uma terapia de autoconhecimento em grupo, a orientadora nos fez uma pergunta que devolvo a vocês:
"Você já se disse que se ama hoje?"
Eu me falo isso o tempo todo. Acredito que poucos têm uma relação tão legal e aberta de amor consigo mesmo. Afinal, eu me acho o máximo. Me amo pra caramba. Mas não pensem que foi sempre assim.
Foi com muita paciência, muita resignação, análise, e até terapia que aprendi a me amar. Todos têm aquelas coisinhas que não gostam em si mesmos. Ora! Se for possível melhorar essas coisinhas, façam! Se não for, acostumem-se com elas, e aprendam a gostar delas.
Como esperar que alguém possa amá-los se nem mesmo vocês se amam?
Mas é importante que além de aprender a se amar, que vocês assumam esse amor. Pra vocês mesmos. Se seus companheiro se ressentiria por vocês não dizerem que os amam com frequência, o subconsciente de vocês teria a mesma reação.
Amem-se! A si mesmos, e aos outros!

Cuidar do corpo e alma

"Se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reformas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição. -- Jorge, Espírito protetor (Paris, 1863)" (in O Evangelho Segundo O Espiritismo, Capítulo XVII, nº 11)
Havia pessoas que criam que flagelar o corpo, purificava suas almas. Esse trecho do Evangelho veio nos dizer o contrário. Ficaria um pai contente se ao dar de coração um carro ao filho para que pudesse auxiliá-lo em suas idas e vindas, e esse filho estragasse propositalmente o carro? Por que haveria Deus de se contentar que se estragassem de livre vontade o instrumento que nos deu, e assim ficássemos impossibilitados de ajudar aos outros (motivo pelo qual recebemos este maravilhoso instrumento). Cuide, pois, do presente que recebeste.
Todavia se, no ato da caridade, ocorrer de ficarmos doloridos, cansados, ou mesmo perdermos um membro, ou até a vida, nosso instrumento terá sido usado com propriedade, e teremos tomado um grande passo a caminho da evolução.
A alma, no entanto, o nosso espírito, esse sim devemos flagelar. Devemos impô-lo as mais difíceis tarefas. Devemos moldá-lo à perfeição. Fazê-lo passar por humilhações e martírios. Cansá-lo. Domá-lo. Para que só as mais puras vontades predominem nele. 
Cuide do corpo, e flagele a alma. Esse é o caminho.

"Vós, porém, que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Terra? Onde (fica) a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor-próprio; enrijai-vos contra a dor física Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus. -- Um anjo guardião. (Paris, 1863)"(in O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. V, nº 26)

Comunidade

"A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, nº 10).
Essa é uma idéia básica. Só se evolui em comunidade, onde temos a oportunidade de praticar o bem. Não se pratica o bem, sem ter a quem.
É o motivo pelo qual também estamos encarnados. É somente sob o efeito da matéria que temos a oportunidade de resistir às suas tentações. Não há evolução sem provações. Neste caso temos realmente que "mostrar serviço", e de coração. Não se evolui passivamente. Não o bastante.
Em meio à comunidade temos diante de nós as oportunidades de acalentar, ajudar, velar, acalmar, ensinar, perdoar, amar... E de resistir ao nosso ódio, orgulho, egoísmo, passividade.
Saia de casa. Não só entre os livros encontrará soluções. É preciso aplicar o que neles se aprende. Até mesmo na escola só se passa de ano depois da prova.

"Vós, porém, que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Terra? Onde (fica) a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor-próprio; enrijai-vos contra a dor física Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus. -- Um anjo guardião. (Paris, 1863)"(in O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. V, nº 26)

Cada um em seu tempo

Provavelmente como muitos por aí, eu não gostava de falar de religião. Não gostava de falar de Deus, de Jesus, ao qualquer outra coisa que envolvesse esse tipo de fé. Eu tinha minhas convicções e não suportava que viessem questioná-la ou tentar me impor outra.
Realmente nunca entendi porque as pessoas viam a necessidade de tentar convencer umas às outras sobre qual religião é a correta. E definitivamente jamais entenderei porque guerrear em nome de uma religião.
Gosto muito que esse não seja um costume do Espiritismo. Nunca ninguém tentou me convencer de nada. Eu convenci a mim. Sozinha (em termos), apenas buscando a verdade.
Mas afirmo que, na medida do possível, tentarei não falar de coisas controversas, e não ficar falando de Deus ou de Jesus o tempo todo, já que isso pode incomodar muitas pessoas, como me incomodava um tempo atrás. Afinal, o propósito é inspirar-lhes. E cada um tempo o seu tempo e o seu ritmo.

20 maio 2013

CEIC - Centro Espiritualista Irmãos do Caminho

Foi aqui que teve início meu estudo sobre a doutrina. Não pertenço mais a essa casa, mas lhes sou muito grata.


Religiões e preconceitos

O post anterior me lembrou um episódio ocorrido no grupo de discussão e aprendizagem espírita que frequento.
Falávamos sobre reencarnação, eu acho, e alguém fez um comentário sobre as outras religiões de uma forma geral. E um rapaz que estava conhecendo o grupo e indo ao centro pela primeira vez, se sentiu ofendido. Ao meu ver, com razão.
É muito comum a quem está de fora, criticar algo baseado em preconcepções, e preconceitos até. Imagine dizer que a Igreja Universal por exemplo só quer o dinheiro dos fiéis. Ou no nosso caso, que os espíritas são um bando de macumbeiros que fazem "trabalhos" com galinha preta na encruzilhada. Oras! Vá lá. Conheça melhor antes de fazer seu julgamento.
Não é a religião o que importa, é o que o sujeito faz com ela! Existem boas e más sementes em qualquer lugar, em qualquer doutrina. E o Espiritismo, como eu já disse, não vem nos dizer qual a melhor religião. Não se deve criticar nenhuma delas, já que a base é sempre a mesma: o amor ao próximo. Faça isso e, independente de credo, você estará no caminho certo.
Foi o que eu disse depois ao rapaz.

Fé Raciocinada

Uma das primeiras coisas que notamos ao começar a estudar a Doutrina Espírita é o quanto ela é lógica e racional. Isso realmente apela muito à minha forma de pensar. Combinou bastante comigo.
O "Livro dos Espíritos" enfatiza muito isso. É quase como se fosse uma tese científica com argumentação lógica, fatos, conclusões, e explicações acerca das principais idéias opositoras. Confesso que por vezes fica até um pouco maçante, mas foi algo que se fez muito necessário à época em que foi escrito. Era preciso provar a todos os incrédulos, por "A+B" que aquilo que estava sendo dito ali era a mais pura e incontestável verdade.
E se vocês foram qualquer coisa parecidos comigo, ficarão também maravilhados de estudar algo tão tabu quanto religiões, de uma forma que apela ao seu intelecto. A doutrina espírita, ao contrário de muitas, incentiva nosso raciocínio e nossos questionamentos. E faz isso sem criticar nenhuma das outras religiões. Até mesmo porque, elas não se contrapõem. O Espiritismo prega que para evoluir, o espírito deve acima de tudo praticar a caridade. Isso, a meu ver, se encaixa em qualquer religião.
A leitura se torna muito interessante à medida que vamos obtendo respostas para questões antigas da ciência, como "qual o sentido da vida", "como se deu a origem da Terra e do ser humano", "para onde vamos quando morremos", "o que são espíritos e por que podemos nos comunicar com eles", "o que é o Bem e o Mal", "por que sonhamos", "por que sentimos simpatia ou antipatia por pessoas que nem conhecemos", e assim por diante.
Seria um pouco chato ficar aqui citando passagens de um livro ao qual qualquer um de nós tem acesso. Mas estou disponível para esclarecer qualquer dúvida que tenham. E o que eu não souber responder na hora, pode ter certeza que pesquisarei para responder depois. Afinal, estamos todos aprendendo continuamente.

19 maio 2013

Como Descobri O Espiritismo


Nasci e fui batizada, recebia comunhão, estudava em colégio católico, e fugia a qualquer oportunidade de ir à Igreja no domingo, como qualquer família católica brasileira.
Mas diferente dos outros membros de minha família, nunca aceitei piamente os dogmas, doutrinas e regras da Igreja Católica. Estava convencida de que essa não era a minha religião.
Eu acreditava, por exemplo, em espíritos e reencarnação. E isso não combinava com o catolicismo. Então eu tinha que encontrar uma religião que se adaptasse às minhas idéias (divertido isso, não? mas nada fácil).
Acabei lendo de tudo um pouco, e sempre procurava livrarias um pouco "diferentes". E foi passando por uma dessas que comprei meu primeiro exemplar de "O Livro dos Espíritos". Não tinha a menor idéia do que se tratava, mas o título me chamou a atenção.
Durante um tempo, me acreditava agnóstica, até que procurei saber do que se tratava exatamente, e discordei da definição.
Fui um dia convidada pra uma "festa" (sim, com esse termo - festa) em uma Igreja Evangélica. Nunca tinha me sentido tão "peixe fora d'água". Estava absolutamente desconfortável. Mas parecia que aquilo não acabava nunca. E que gritaria! Dava a entender que Deus era surdo. E o mesmo se dava com aniversários, células e casamentos. Puxa! Foi mais uma religião que risquei do meu caderninho.
Depois tentei estudar sobre Wicca. Me pareceu bastante aceitável durante minha adolescência. Uma Deusa que era a mãe natureza. A possibilidade de fazer magias e feitiços... Aos poucos fui praticando menos, e a paixão foi se dissipando.
Mas foi estudando um livro sobre tarô que certa vez me deparei com o conceito de egrégora. Esse novo conceito me fez refletir por muitos anos ainda, e comecei a pensar que talvez eu fosse atéia. Me parecia um pouco difícil crer em algo ou alguém muito poderoso que pudesse ter criado tudo. Era muito mais fácil crer que seria uma "idéia", talvez uma "egrégora" criada pela necessidade que as pessoas tinham em se sentirem confortadas, sentir que existia alguém zelando por elas.
Eu não me importava com morrer e "desaparecer". Passou a não me incomodar. Digo isso porque na infância, a simples menção da palavra "morte" me fazia chorar. Mas por incrível que pareça, esse sentimento de que ao morrer eu simplesmente deixaria de existir, me deu ânimo na vida. Me deu forças pra construir a melhor vida possível, e dar importância a cada coisa boa que acontecesse.
E por um tempo, esqueci sobre reencarnação e espíritos. Minha dúvida maior era "será que acredito em Deus?" e "será que Deus existe?".
Nesse meio tempo, uma amiga da especialização médica me convidou a participar com ela de um culto espírita. Era na Federação Espírita de Goiás, uma instituição respeitadíssima, mas da qual eu nada sabia. E como a maioria dos criados em lares católicos, eu achava que esse negócio de mexer com espíritos era coisa perigosa. Mas eu sempre tive a mente muito aberta a novas experiências. Sempre preferi conhecer antes de julgar. E como eu estava mesmo em busca do meu caminho, aceitei ir.
Falaram um pouco sobre Jesus (que nessa altura do campeonato eu considerava mais como "um cara muito legal mas que sofreu um bocado"), então nem o "Pai Nosso" eu gostava mais de rezar, então não rezei com eles. E depois nos encaminharam para receber passes. Tá, que que é passe? Ah, é energia. Vai fazer você se sentir melhor... Bom, puseram a mão sobre minha cabeça, disseram algumas coisas, mas eu não senti nada. Ao final de tudo, achei que tinha valido a experiência, mas que aquele negócio não era pra mim.
Um tempo depois, viajei com essa mesma amiga, e houve um dia durante a viagem, em que os familiares se reuniram na sala, e me convidaram a participar. Tendo participado certa vez de uma "Célula Evangélica", podem imaginar que fiquei com um pé bem atrás. Mas eles se reuniram, leram uma passagem de um livro e depois conversaram a respeito. Teria sido até legal se eu tivesse prestado atenção. Eu só queria saber que hora iríamos pra praia.
Em uma festa de aniversário (que eu e meu irmão sempre comemorávamos juntos), um amigo nosso de infância nos deu livros de presente. Meu irmão ganhou um exemplar de "O Livro dos Espíritos" e eu de "O Evangelho Segundo O Espiritismo". Logo lembrei do culto lá na Federação, e nem nunca abri o livro. Eu tinha outras coisas pra ler. Muitos e muitos livros de medicina.
Bem, consegui uma vaga para fazer uma subespecialização no Rio de Janeiro. Apesar da proximidade com o mar que amo, não foi um ano muito bom na minha vida. Bom, foi o pior: a maior parte de 2010 e o início de 2011 foram meu "inferno na Terra" (por falta de uma melhor expressão). Mas no início de 2011 conheci um rapaz e começamos a sair. Ele me disse que era espírita, mas de um tipo diferente. Ele mexia também com umbanda (pra mim as duas eram coisas diferentes, e umbanda pra mim era macumba), mas quando você está no início de um namoro, e está apaixonada, certas coisas você ignora. Depois ele começou a me falar muito sobre a entidade que ia no centro dele. Dizia que a entidade era um médico quando vivo, e que curava muita gente no centro. E depois de me contar histórias durante alguns dias, perguntou se eu não gostaria de tentar resolver o meu problema da coluna lá com ele. E como minha coluna vinha mesmo me incomodando há alguns anos, pensei que não haveria mal tentar algo diferente.
No centro todos vestiam branco, os pacientes ficavam deitados em macas em círculos, e iam alternando sua vez. Quando me deitei, pessoas de branco atrás de mim ficavam rezando nas minhas costas (pra mim), e depois o senhor que incorporava a entidade conversou um pouquinho comigo, e fez um pouco de osteopatia nas minhas costas. As estraladas foram bem gostosas, mas não fez minha dor passar.
Voltei pra Goiânia, e para a casa dos meus pais. E se tínhamos atrito antes, voltar a obedecer às regras dos donos da casa, não ajudou muito. Fiz muita terapia com uma psicanalista que me ajudou muito. Pelo menos parei de começar as brigas. Foi então que conheci o anjo do meu noivo, que veio me resgatar, e fui morar com ele. Só que apesar de muito feliz com ele, e melhor com minha família sem atritos tão constantes, algo não estava certo. Eu não estava bem comigo.
Foi aí que na nossa casa, muita coisa começou a dar errado. Todas as plantas morriam, peixes de aquários diferentes morriam ao mesmo tempo, eu vivia doente, meu noivo também, e o coitado do meu cachorrinho ficou cego de um olho! Após seis meses morando juntos, era réveillon e fomos passar com duas amigas minhas. Contando um pouco sobre essa nossa vibe meio negativa, nos sugeriram ir ao centro de umbanda de uma delas. Como nesse ponto eu já tinha até me esquecido sobre a entidade que estralou minhas costas, minha amiga me explicou como era a experiência dela no centro, e me recomendou ir também.
Bom, como eu já tinha tentado de tudo mesmo, não custava tentar também um "terreiro", e fomos lá os três: eu, meu noivo e a outra amiga, que não conhecia o centro ainda. Nós dois entramos juntos, e fomos conversar com um médium, mas que falava um "banhanês" bem difícil de entender. Perguntava sobre nossa "baia", nosso "trabuco", e falou pra gente proteger os dois com uns pulinhos e uma frase mentalizada, e depois me perguntou se eu era médium. Eu entendi "médica", e respondi que sim. Então me perguntou e eu estava estudando, e eu disse que não, mas deveria. Ela me disse que eu tinha que estudar. Ué, tudo bem, né?! Vamos estudar. E no final ela nos pediu pra fazer uma corrente. Queria que escolhêssemos um dia na semana, e durante 5 semanas consecutivas deveríamos voltar lá, sempre nesse dia.
Conversando com meu noivo na saída, concluímos que o único dia que poderíamos ir os dois, seria sempre às terças. Justo o dia destinado às consultas com entidades. E em uma dessas voltas ao centro, a mesma médium, mas agora sob influência de outra entidade, me perguntou de novo "você é médium?". E agora já sabendo do que se tratava, eu respondi "não, não sou", ao que ela me retrucou "sim, você é sim. Médium de incorporação. Só precisa estudar".
Nossa, que desespero! Eu precisava estudar pra poder receber espíritos dentro de mim? Que loucura! E antes de ficar apavorada de vez, resolvi perguntar opinião das pessoas, e talvez ler um pouco. E acontece que desabafando com a minha professora na academia, ela me sugeriu conversar com um aluno dela, que era médium, e que teria o maior prazer em esclarecer minhas dúvidas.
Ah, um anjo!! Depois que esse anjo me sentou durante várias horas, e me fez um resumão sobre espiritismo e sobre umbanda, todos os meus medos e dúvidas se dissiparam. Até mesmo "Deus" começara a fazer sentido pra mim ali, naquela hora. Me sugeriu começar a minha leitura por "O livro dos espíritos". Ao que respondi: esse vai ser fácil, tenho 3 em casa! (já que meu noivo também tinha uma cópia na casa dele).
Meus olhos se abriram, e descobri uma nova realidade. Parece que com todo esse papo de evolução, caridade, resignação e vidas passadas, eu finalmente me encontrei, e a vida ganhou um novo sentido. Afinal, agora tudo tinha os seus "quês" e "porquês". É até um pouco difícil explicar o que a gente sente quando tudo passa a fazer sentido. Dá muita vontade de espalhar e contar pra todo mundo. A gente quer que todos passem pela mesma experiência maravilhosa que a gente passou.
Meu intuito com esse texto enorme era permitir que vocês me conheçam um pouco, tenham um primeiro contato com a doutrina, e mostrar pra vocês que muitas vezes o Espiritismo nos "chama". Esse foi o meu chamado. Quem sabe o seu não seria ler a história de uma pessoa que vocês não conhecem em um blog totalmente novo?
Hoje acabo de terminar a leitura do primeiro livro, de capa a capa. E mal posso esperar pra devorar os próximos.
Convido-os a começar essa jornada comigo.